Un poema de Al Berto
4 sabes, as aves aquáticas já não pernoitam junto ao mar nem por entre nossos dedos de areia sobem-me vozes calcárias à garganta, estrangulo-me neste humilde canto, fico atento ao eterno silêncio do teu castelo às vezes escuto teu cantar, raramente, é certo… mas quando cantas saem- -te nomes puros da boca e sorrisos diáfanos de cristais os lábios incendeiam-se com vinho, teu corpo adquire osabor misterioso das algas no crepúsculo expande-se o perfume a moreia frita, teu olhar é o mosto dos nossos desejos dançamos à roda dum mastro, saia em papel de seda bordada com búzios… uma cuadra flutua pela noite de nossos cabelos rodopias, e os teus amores são relembrados pela noite adiante espalham-se estrelas candentes, papoulas breves, junco molhado e o mar enche-se novamente de pássaros, embarcações semelhantes a beijos que nos percorrem de alegria. De Mar-de-leva Wordsong. Al Berto 101 noites. Lisboa 2002 |
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