Poesía lusa
"… A luz, diabólica, desaba, / dos desvãos e gambiarras / - corpo indolente e mole / duma boneca de flanela / na mão dum soba / que tomasse ópio na sanzala / e sentisse um crocodilo / ao longe, ameaçá-lo. / Um tango, de coco à banda / e calças de bombazina, / ondula na sala, / cheirando cocaína, / e para fazer d’apache / quer fugir pela janela / como o ditongo / anguloso de bojo / redondo e côncavo / do banjo e do gongo / e do bombo do Jazz. / … // As notas do Jazz / que foram vermelhas e ácidas / já põem um jilvaz / d’alvaiade e giz / na morenês da luz, / morena e delida, / como se viesse emigrada / duma caixa de pó d’arroz, / quase vazia, / ou pressentindo os braços da cruz / na luz do dia / que espreita pela frincha da janela fehada / ficasse pálida, anémica, delida …" – António de Navarro. Ou, "Toda a gente me inveja / porque ando contigo nos braços… // Tu que pareces um perfume desenhado de mulher / vestida de pólen / e dois olhos que são dois instrumentos modernos / a auxiliarem a melodia do jazz …" - José Gomes Ferreira. Fuente Muito cá de casa. |
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